As empresas estão em busca permanente de um ponto ideal imaginado por seus organizadores.
As entrevistas realizadas pela equipe que apresentou os resultados da pesquisa sobre as doze melhores empresas para se trabalhar em 2009 – elaborada em parceria entre o Institute Brasil Great Place to Work e o jornal Estadão – revelaram os pontos fortes de cada uma delas. São exemplos importantes que podem servir de referência a todas as empresas que procuram melhorar suas estratégias internas para se desenvolver.
De uma forma ou de outra, todas as empresas eleitas estão em busca permanente de um ponto ideal imaginado por seus organizadores, e no entorno desse ponto exercitam seus valores, fundamentados na crença de um mundo corporativo avançado, capaz de contribuir para o aprimoramento da sociedade.
No caso da Vivo a palavra-chave foi orgulho. Roberto Lima, presidente da empresa de telefonia, disse que os resultados vêm em segundo plano quando “as pessoas encontram e fazem um ambiente organizacional, onde podem se desenvolver e ter progresso profissional, pessoal e material”. Tais características, segundo ele, fazem com que os profissionais se comprometam com a empresa e sua missão, porque se sentem orgulhosos.
E vai além, Lima vê a empresa como uma rede de profissionais mobilizados para facilitar a conexão entre as pessoas, que usufruem desse recurso para viver melhor e se desenvolver. Nesse sentido, a prestação de serviço ganha importância extra, de transformação social a partir do fortalecimento dessa rede de comunicação.
Na Amil, que atua no setor de assistência médica, prevalecem o estímulo à vida saudável e à qualificação profissional. Seus profissionais trabalham unidos em um ambiente sem fronteiras. “Temos um sistema de compartilhamento de ideias. Não existe essa coisa de a cúpula estar de um lado e os funcionários do outro. As portas da presidência estão sempre abertas para todos”, contou a engenheira Verônica da Silva Bezerra. É a visão horizontal, em que as lideranças não se isolam e propiciam a troca permanente de informações.
Respeito, transparência e comunicação rápida foram as características que se destacaram no Itaú Unibanco, principalmente depois da fusão entre as duas redes bancárias. O presidente executivo da empresa, Roberto Setúbal, garante que o ambiente tem sido bastante eficaz para atração, desenvolvimento e retenção de talentos, num setor em que a demanda por bons profissionais é constante e os headhunters estão sempre à espreita.
A popular Luiza Helena Trajano, presidente da loja Magazine Luiza, tem apostado em estímulos como bolsa de estudo e benefícios específicos, tipo cheque-mãe, para garantir uma equipe batalhadora. “As pessoas sonham em ter um diploma de faculdade, falar inglês e aprender informática. Por isso oferecemos bolsas de estudos àqueles que desejam estudar”, afirmou ela.
Para a IBM, como não poderia ser diferente, inovação e diversidade são as qualidades que a identificaram. A empresa facilita, inclusive, que o funcionário tenha horário flexível e trabalhe em casa. Com essa lógica, a integração com a família é entendida como um estímulo à criatividade.
Preocupada em reter talentos, mesmo com a grave crise que abalou o mundo entre o final de 2008 e primeiro semestre de 2009, a Alcoa, que atua no setor de alumínios, evitou demissões ao máximo. O pensamento que está por trás dessa estratégia? “Aprendemos que responder dessa maneira [demitindo] não vale a pena sob o ponto de vista ético e financeiro. Investimos muito em treinamento, na formação de nossos empregados e vamos jogar fora?”, respondeu Franklin L. Feder, presidente da Alcoa na América Latina e Caribe.
Na Mc Donald’s, a diversão é uma das estratégias intrínsecas ao ambiente de trabalho para motivar a equipe. Principalmente porque a empresa é conhecida como formadora de profissionais jovens que chegam em busca do primeiro emprego. Assim, a filosofia do lazer não se restringe apenas aos clientes, mas é compartilhada com os empregados, o que faz reverberar o clima de descontração que toma conta da empresa.
A Embraer, empresa de aviação, por trabalhar em um setor em que a competitividade chega ao extremo, não poderia deixar de lado a busca da perfeição. “Temos um programa de excelência empresarial com algumas frentes de trabalho que se conectam, como a filosofia de melhoria contínua nos processos, a liderança, as pessoas e a cultura”, explica Eunice Rios, diretora de RH da empresa.
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