No início de agosto, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,71, acumulando assim uma valorização anual de 18,49% em 2024. Essa alta significativa elevou o dólar ao seu maior patamar desde dezembro de 2021. A moeda brasileira, por sua vez, experimentou o pior desempenho do ano até agora.
O avanço do dólar teve início em janeiro de 2024, quando as expectativas de corte de juros nos Estados Unidos foram frustradas.
No início de agosto, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,71, acumulando assim uma valorização anual de 18,49% em 2024. Essa alta significativa elevou o dólar ao seu maior patamar desde dezembro de 2021. A moeda brasileira, por sua vez, experimentou o pior desempenho do ano até agora.
O avanço do dólar teve início em janeiro de 2024, quando as expectativas de corte de juros nos Estados Unidos foram frustradas.
Além disso, preocupações domésticas surgiram, agravadas pelas mudanças nas metas fiscais do governo brasileiro, o que aumentou a percepção de risco no mercado.
A situação fiscal do Brasil, juntamente com as tensões geopolíticas e a política monetária global, contribuiu para tal desvalorização.
A manutenção da taxa Selic pelo Banco Central em 10,5% reflete também as incertezas que permeiam o cenário econômico atual.
Contexto doméstico
Em abril, as contas públicas brasileiras começaram a preocupar o mercado, com rumores de mudanças na meta fiscal para 2025.
O anúncio oficial das alterações em 15 de abril, de superávit para déficit zero, reforçou essa percepção negativa. Nos meses seguintes, a ausência de responsabilidade fiscal do governo intensificou tal cenário.
O congelamento de gastos de R$ 15 bilhões em julho, proposto pelo ministro Fernando Haddad, tentou reverter a situação, mas teve pouco efeito sobre o câmbio.
Influência internacional
No cenário externo, a escalada de tensões no Oriente Médio e o aumento das importações também pressionam o real. A manutenção dos juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom), apesar dos temores inflacionários, sinalizou uma postura cautelosa diante de um cenário global incerto.
O Japão, ao aumentar suas taxas de juros, contribuiu para a valorização do dólar. Esse movimento, aliado ao ciclo de juros elevados nos EUA, sinaliza desafios para a economia brasileira, que pode ser impactada por um “hard landing” econômico norte-americano.
O “hard landing” ocorre quando a inflação do país (nesse caso, dos EUA) atinge a meta estimada, mas o desenvolvimento é prejudicado por algum fator externo.
Impactos na economia
A desvalorização do real tem efeitos diretos na inflação, como explica o economista André Braz. O aumento nas exportações e nas importações de produtos mais caros resulta em preços inflacionados para o consumidor final.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) já reflete esse impacto cambial. Os reajustes de preços pela Petrobras desde a posse de Magda Chambriard também contribuem para a alta nos combustíveis e na energia, visíveis no IPCA-15.
Atualmente, o Brasil tem a quinta moeda mais desvalorizada de 2024 no mundo, ficando atrás apenas de:
Nigéria: 42,3%;
Egito: 36,0%;
Sudão do Sul: 29,9%;
Gana: 21,6%;
Brasil: 13,4%.
Em setembro, o banco central dos EUA, Federal Reserve Board (FED), fez um corte de 0,50 ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos. Isso aliviou um pouco a pressão cambial no Brasil, mas somente contendo o aumento do valor do dólar.
Além da queda do dólar, a estabilidade política e econômica interna é essencial para atrair mais investimentos para o Brasil.
O foco em um ajuste fiscal rigoroso é imprescindível para conter pressões inflacionárias, permitindo uma retomada gradual do crescimento econômico.
Fonte: capitalist
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