Por que os juros estão altos e foram mantidos em 15% ao ano; entenda a decisão do BC

O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), manteve a taxa Selic em 15% ao ano pela segunda vez nesta quarta-feira (17). Os juros estão no patamar mais alto desde 2006 e devem continuar assim até o fim do ano, segundo economistas.

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e o principal instrumento de política monetária do BC no controle da inflação.

Antônio Sanches, analista de alocação de research da Rico, explica que o Banco Central tem o trabalho de controlar os preços.

“Quando a inflação está acima da meta, o Banco Central tem que atuar para controlar esse aumento de preços. E, quando o aumento de preços é provocado por fatores de demanda, com as pessoas comprando e a economia aquecida, a taxa de juros pode ser utilizada como uma forma de tentar desacelerar a economia, encarecendo o crédito, tirando incentivo do consumo. O que paralelamente acaba incentivando os investimentos em renda fixa. Por sua vez, incentivando a poupança, a pessoa a guardar o dinheiro”, explica o economista.

Segundo ele, os juros estão no patamar contracionista, ou seja, justamente no nível que busca frear a economia, principalmente, o consumo nos setores que acabam sendo mais impactados pelo crédito.

Por isso, o Banco Central deve esperar ainda mais sinais de que a inflação esteja caminhando para a meta antes de começar a reduzir os juros, o que deve acontecer somente no início de 2026, de acordo com Sanches.

“Por mais que o Banco Central deva começar a sequência de cortes dos juros em 2026, a gente ainda espera que a Selic fique num patamar de aproximadamente 12,5% ao ano, que ainda é contracionista”, acrescenta. Isso ocorre porque a inflação deve seguir acima da meta de inflação.

A meta da inflação é de 3% ao ano, com intervalo de tolerância de menos 1,50 ponto percentual e mais 1,50 ponto percentual, isto é, de 1,50% a 4,50%.

Em agosto, houve deflação de 0,11% pela primeira vez em um ano, o que é positivo. No entanto, o acumulado de 12 meses fico em 5,13%, acima da tolerância da meta.

É justamente essa explicação para a manutenção da taxal alta de juros, segundo Fabricio Tonegutti, especialista em direito tributário pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

“Imagina um carro em descida íngreme. Você pisa forte no freio, o carro começa a reduzir, mas ele ainda não está totalmente sob controle. Você não pode tirar o pé do freio de uma hora para outra. É exatamente essa a situação do Banco Central com a taxa de juros atualmente”, afirma Tonegutti, que também é diretor da Mix Fiscal.

Além disso, segundo ele, os chamados núcleos de inflação, que são aqueles que mostram a tendência real dos preços sem considerar tanto a sazonalidade, estão pressionados ainda, principalmente em serviços que ainda sobem cerca de 0,4% ao mês.

Outro ponto destacado é que o mercado de trabalho também segue aquecido, com desemprego em mínimas históricas e a renda ainda em alta. O que mantém o consumo forte. Enquanto a demanda estiver forte, a inflação não vai ceder com rapidez.

“Quando você soma isso com riscos fiscais e as incertezas do cenário internacional devido ao impacto do tarifaço dos Estados Unidos, o recado no final é simples, os juros vão ficar altos por um pouco mais de tempo”, acrescenta Tonegutti,.

As projeções apontam a Selic estável até o final de 2025, pelo menos, e os cortes dessa taxa de juros devem começar a partir de 2026.

“Os juros continuam firmes em 15%. Isso pode ser duro para quem precisa de crédito, mas é o preço a ser pago para colocar a inflação de volta na linha. Qual que é a boa notícia? Quanto mais rápido essa inflação cair, mais cedo a gente pode sonhar com a Selic menor e, até lá, a gente segue com o pé do freio mais de olho na estrada”, conclui.

Fonte: noticias.r7

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