O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, registrou alta de 0,4% em agosto na comparação com o mês anterior. Esse foi o primeiro mês de alta do indicador após três quedas consecutivas. Em julho, o índice havia recuado 0,5%.
O resultado, no entanto, ficou abaixo das projeções do mercado, que estimavam alta de 0,7%. Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC), o IBC-Br avançou 0,1% em relação a agosto do ano passado. No acumulado em 12 meses, o indicador registrou alta de 3,2%, considerando os dados sem ajuste sazonal.
O desempenho de agosto reflete o avanço de 0,8% da indústria e a leve alta de 0,2% no setor de serviços, enquanto a agropecuária recuou 1,9%. "A leitura dos dados de agosto indica que a economia perdeu tração, com crescimento concentrado em alguns setores. O resultado confirma a desaceleração da atividade, com indústria e serviços sustentando o crescimento", comentou Gabriel Padula, CEO do Grupo Everblue.
A projeção do BC para a expansão da economia brasileira em 2025 é de 2,1%, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A estimativa é menor do que a projeção do Ministério da Fazenda, que é de 2,3%, segundo o mais recente Boletim Macrofiscal.
A economista-chefe da InvestSmart XP, Mônica Araújo, avaliou que o resultado de agosto mostra uma reversão pontual na tendência de queda observada desde maio, mas ainda aquém do esperado. "Desde maio, o índice vinha apresentando movimento de queda e, agora em agosto, reverteu a tendência e mostrou alta, porém abaixo do que era estimado", afirmou.
Segundo ela, o leve avanço foi impulsionado por fatores temporários. "Essa melhora vem na esteira do pagamento de precatórios, que, certamente, influenciaram o desempenho da indústria e dos serviços, mas não representam uma mudança estrutural na economia", explicou.
Para Mônica, o cenário segue de moderação à frente. "Mantemos a expectativa de desaceleração paulatina da atividade econômica brasileira no quarto trimestre de 2025, o que deve dar suporte à acomodação das expectativas inflacionárias futuras", projetou.
Segundo João Kepler, CEO da Equity Group, o cenário internacional continua sendo um fator de preocupação para a economia brasileira. "A disputa comercial entre Estados Unidos e China tende a reduzir o crescimento global e pode afetar exportações e cadeias de suprimento", destacou. O conflito tende a aumentar custos de produção e incerteza nos fluxos de capital, o que pode pressionar o câmbio e encarecer importações.
Política monetária
Criado em março de 2010, o IBC-Br mede, periodicamente, a atividade econômica do país. O principal objetivo do BC, ao criar o indicador, foi o de contribuir para a elaboração de estratégia de política monetária. Os dados contribuem, por exemplo, na definição da taxa básica de juros, a Selic.
Embora seja chamado de préva do PIB, o IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta das contas nacionais calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador do BC, divulgado mensalmente, permite acompanhamento mais frequente e imediato da evolução da atividade econômica, ao passo que o PIB, de frequência trimestral, descreve um quadro mais abrangente da economia.
Além da periodicidade, o indicador difere do PIB na metodologia. O IBC-Br considera os dados de produção dos setores da Indústria, dos servços e da agropecuária. O PIB avalia, além desses itens, o consumo das pessoas e do governo (RG).
Fonte: correiobraziliense
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